Beyond the Wall - Tales of Immortales
J. V. Pereira
Chapter 1
An immortal, an angel, a fairy, a ghost, and a thief. It all started when a simple Curse Cycle happened, but let's not start with at this part of the story. Let's start long before it.
I never thought I'd become a vampire after everything I went through in a peaceful human life. Be aware that everything you will see here has really happened.
Where should I start? Ah, I know!
We were walking through a meadow near a large house at the back of the village. Cassidy had just lost her parents to the Plague and only her and her siblings remained. We sat on a hill and stayed there watching their siblings play.
"You don't know how is to take care of those two," she said, and we looked to see if the kids were all right. "I don't know how I'll live without my parents, Morgan."
My heart tightened.
"I don't know how to help you, Cassie", I told her. "I don't know how this situation is like, because my parents have always been present. I haven’t lost them yet!”
"And you're very lucky", she said.
We stayed there for a few minutes and then we fell asleep with the weak fall sun on our faces. As soon as we woke up, we saw that Cassie's siblings were gone and we ran like crazy after them.
After spending hours searching for them, we found them in the cemetery. They were standing looking at their parents' graves in the midst of several which had unknown surnames: Kroll, Andorn, Hamniel...
Alena and Roush Whitred
These were the names of Cassidy's parents. I had just lost a close relative, my grandmother. People thought she was a cranky monster, but in fact she wasn't. She was the best person who could exist. Losing relatives to the Plague was not easy.
You must be wondering what the Plague is? Well, it's a kind of magical virus that the Tenebris Elves, who lived beyond the Wall, created to take away all the understanding of Zmaj's human magic, but the spell that was used to create the virus turned against everyone and thus became a disease. That was what I knew at that time, at least, it was what our ruler said.
"What are you doing here?" – Cassidy looked at them with an authoritarian look.
"We miss Mom and Dad", said little Ana. Her hair was the same color as Cassidy’s – dark as the night.
"I know that, Ana", Cassidy said and called them into a hug. "They are in a better place".
"But we miss them", said the boy named David.
"Let's go home", Cassidy told us all.
As we headed home through the streets of Zmaj Village I felt a chill go through my body. It was as if something was giving me a warning. Cassidy was in front of me when a dark-hooded man with an iron staff pulled me into one of the alleys. I tried to let go, but he was stronger, and what could I do? I was a simple human.
I tried to scream for Cassidy, but before my voice came out of my mouth I was completely unconscious.
***
I thought I would wake up in my room, but I was in a cold, dark cell. I couldn't see the palms of my hands or anything else. I started to panic. I started to cry in pain. I felt something cold, but at the same time hot trickle down my neck. It was blood.
My despair began to increase when I looked ahead and saw a line of light on the floor. That should be the door. I tried to go there, but when I was arriving at the door I was pulled by something. Chains.
"Oh no!" I spoke to darkness.
So, I decided to accept my destiny and stay there while my neck was bleeding non-stop. For a while I didn't feel the difference, and after a few minutes, I started to feel dizzy and nothing was making more sense. As if the whole situation could make any make.
After almost an hour the door finally opened. A brown-haired man with milk-white eyes came to me and gave me a disapproving look.
"Come, human", he said, and released me from the chains. "You're almost ready".
"Ready?" I asked in a weak voice.
He carried me along the corridor paved with smooth stones and torches glued to the walls to light the way. The man didn't look at me all the way nor did I make a point of looking at him. He only spoke to me when we reached a wooden door.
"Come in", he ordered and opened the door for me.
Beyond it was a large room with a huge dining table. The food was abundant on the table and when I saw all that, I felt my stomach twitch. I looked at the end of the table and there was a man with long white hair and small eyes. His gaze was wicked.
"Morgan Kylos", he said as soon as he saw me. "Nice to finally meet you."
"I don't feel the same", I told him with some ignorance. "And who are you? What am I doing here?” – as I raised my voice, I felt dizzier.
"I'm Alucard Montana", said the man. "Come closer."
As I got close enough, I could see that his lips were stained with something red. Due to the dizziness I was feeling and my senses not helping so much, I realized that everything in that place smelled like blood.
"You're a vampire", I told him.
"No", he said sarcastically and stood up. "I'm a cannibal bunny".
He got up from his chair and went to me. He was a little taller than me. I saw that his shoulders were firm and strong. Blood oozed from his fangs. They were so shiny that almost blinded me.
"What do you want... from me?" My voice got choked as I tried to speak.
"You must know we live in war against the Tenebris Elves", Alucard began. "All Beings are in war against them ...'
"The humans aren't”, I said.
"And do you think I don't know that?," he asked. “Well, going back to the point... they think they’re the owners of the truth, also want to be the future rulers of Myustic. Then all the Supernatural Beings came together to set a plan against the Elves.
“And what do I have to do with it?”
"You're the plan...", he told me. However, I didn't understand a single word, as I was falling asleep due to my blood shortage. "I know you can't understand now, but you'll soon understand..."
Português
Além do Muro - Relatos de Immortales
J. V. Pereira
Capítulo 1
Um imortal, um anjo, um feérico, um fantasma e um ladrão. Tudo começou quando um simples Ciclo de Maldição aconteceu, mas não vamos começar por essa parte da história. Vamos começar por muito antes dela.
Eu nunca pensei que me tornaria um vampiro depois de tudo que passei em uma vida humana pacata. Tenha consciência de que tudo que vocês verão aqui aconteceu de verdade.
Por onde devo começar? Ah, já sei!
Estávamos andando por uma campina perto de um grande casarão nos fundos do vilarejo. Cassidy tinha acabado de perder os pais para a Praga e só restara ela e os irmãos. Nós nos sentamos em uma colina e ficamos ali vendo seus irmãos brincarem.
― Você não sabe como está sendo cuidar daqueles dois ― disse ela e olhamos para ver se estava tudo bem com as crianças. ― Eu não sei como vou viver sem meus pais, Morgan.
Meu coração apertou.
― Não sei como lhe ajudar, Cassie ― disse-lhe. ― Eu não sei como é essa situação, pois meus pais sempre foram presentes. Ainda não os perdi.
― E você tem muita sorte – afirmou ela.
Ficamos ali por alguns minutos e depois caímos no sono com o sol fraco de outono em nossos rostos. Logo que acordamos vimos que os irmãos de Cassie tinham sumido e corremos feitos loucos atrás deles.
Depois de passar horas procurando por eles, nós os encontramos no cemitério. Eles
estavam parados olhado para os túmulos de seus pais em meio aos vários que tinham sobrenomes desconhecidos: Kroll, Andorn, Hamniel...
Alena e Roush Whitred
Esses eram os nomes dos pais de Cassidy. Eu só havia perdido um parente próximo, minha avó. As pessoas achavam que ela era um monstro ranzinza, mas na verdade ela não era. Ela era a melhor pessoa que podia existir. Perder os parentes para a Praga não era fácil.
Vocês devem estar se perguntando o que é a Praga? Bem, é um tipo de vírus mágico que os Elfos Tenebris, que viviam além do Muro, criaram para tirar a compreensão da magia dos humanos de Zmaj, mas o feitiço que foi usado para criar o vírus se voltou contra todos e, assim, tornou-se uma doença. Isso era o que eu sabia na época, pelo menos, era o que o nosso governante dizia.
― O que vocês estão fazendo aqui? ― Cassidy olhou para os irmãos com um olhar de autoridade.
― Sentimos falta da mamãe e do papai ― disse a pequena Ana, tinha a mesma cor de cabelos que Cassidy, escuros como a noite.
― Eu sei disso, Ana ― falou Cassidy e os chamou para um abraço. ― Eles estão num lugar melhor.
― Mas nós sentimos falta deles ― disse o menino chamado David.
― Vamos para casa ― falou Cassidy para todos nós.
Enquanto seguíamos para nossas casas pelas ruas do Vilarejo de Zmaj senti um arrepio percorrer o meu corpo. Foi como se algo estivesse me dando um aviso. Cassidy estava à minha frente quando um homem de capuz escuro e cajado de ferro me puxou para um dos becos. Tentei me soltar, mas ele era mais forte, e o que poderia fazer? Eu era um simples humano.
Tentei gritar por Cassidy, mas antes que minha voz saísse por minha boca fiquei completamente inconsciente.
***
Pensei que iria acordar em meu quarto, mas estava em uma cela fria e escura. Não conseguia ver as palmas de minhas mãos nem nada. Comecei a entrar em desespero total. Comecei a chorar de dor. Senti algo frio, mas ao mesmo tempo quente escorrer pelo meu pescoço. Era sangue.
Meu desespero começou a aumentar. Olhei para frente e vi uma linha de luz no chão. Aquilo deveria ser a porta. Tentei ir até lá, porém, quando estava chegando à porta, fui puxado por algo. Correntes.
― Ah não! ― Falei para escuridão.
Então resolvi aceitar o meu destino e ficar ali enquanto meu pescoço sangrava sem parar. Durante um tempo não senti a diferença e, passados alguns minutos, comecei a ficar tonto e nada estava fazendo mais sentido. Como se toda aquela situação pudesse fazer sentido.
Depois de quase uma hora a porta finalmente abriu. Um rapaz de cabelos castanhos e olhos brancos como leite veio até mim e me olhou com um olhar de reprovação.
― Venha, humano ― disse ele e me soltou das correntes. ― Você está quase no ponto certo.
― Ponto certo? ― Disse com a voz fraca.
Ele me carregou pelo corredor feito de pedra lisa e tochas coladas nas paredes para iluminar o caminho. O rapaz não me olhou o caminho inteiro e nem fiz questão de olhar para ele. Ele só falou comigo quando chegamos a uma porta de madeira.
― Entre ― ordenou e abriu a porta para mim.
Além dela havia uma grande sala com uma mesa de jantar enorme. A comida não faltava na mesa e, ao ver aquilo, meu estômago começou a revirar. Olhei para o fim da mesa e lá estava um homem de cabelos brancos compridos e olhos pequenos. Seu olhar era perverso.
― Morgan Kylos ― disse ele assim que me viu. ― Que prazer finalmente conhecê-lo.
― Não tenho o mesmo prazer ― disse-lhe com certa ignorância. ― Quem é você? E o que estou fazendo aqui?! – Ao elevar minha voz, me senti mais tonto.
― Sou Alucard Montana ― falou o homem. ― Aproxime-se.
Quando me aproximei o suficiente, consegui ver que seus lábios estavam sujos por algo vermelho. Devido à tontura que eu estava sentindo e meus sentidos não ajudando muito, percebi que tudo naquele lugar tinha cheiro de sangue.
― Você é um vampiro... ― disse-lhe.
― Não ― disse ele com sarcasmo e se levantou. – Sou um coelhinho canibal.
Ele se levantou da cadeira e foi até mim. Ele era um pouco mais alto do que eu. Vi que seus ombros eram firmes e fortes. De suas presas escorriam sangue. Eram brilhantes que quase conseguiram me cegar.
― O que você... quer comigo? ― Minha voz travou ao tentar falar.
― Você deve saber que vivemos em guerra com os Elfos Tenebris ― Alucard começou a dizer. ― Todos os Seres estão em guerra com eles...
― Os humanos não estão ― afirmei.
― E você acha que não sei disso? ― retrucou ele. ― Bem, voltando... eles se acham donos da verdade, querem ser os futuros governantes de Myustic. Então, todos os Seres Sobrenaturais se juntaram para criar um plano contra os Elfos.
― E o que eu tenho a ver com isso?
― Você é o plano... ― afirmou para mim. Mas não entendi uma única palavra, pois estava caindo no sono devido à falta de sangue. ― Eu sei que não pode entender agora, mas logo vai entender...
